terça-feira, 31 de março de 2009

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Nao sei se aí se dao conta da importancia que isto tem...

terça-feira, 24 de março de 2009

Previsível

Graças à minha excelente memória e ao fabuloso sentido de orientaçao da Ana, em cada passeio de domingo descobrimos sempre meia Inglaterra.
Embora seja instrutivo, isso torna-se rapidamente bastante dispensioso. De modo que adiámos os planos de comprar um cao ou adoptar um pretinho e decidimos investir num GPS. «Faz o mesmo ruído, mas pode desligar-se!», disse a Ana. «No nosso carro, até vai ter dificuldade em fazer-se ouvir!», comentei eu. Rimos ambos. Parecia que estávamos de acordo, mas nao era bem assim.
Percebi-o logo que a Ana terminou o set up, e o aparelho começou a debitar as primeiras palavras... na sua voz feminina! Entendamo-nos: nao é que eu estranhe receber instruçoes nessa frequencia; é só que, atendendo à composiçao do nosso agregado familiar, achava mais natural que o GPS tivesse voz de homem.
Mas lá acabei por entender. Afinal, as meninas lá atrás só sabem fazer barulho, e eu cá à frente nao sei fazer conversa. A Ana precisava de companhia e de solidariedade feminina; precisava de uma boa amiga, como as de Portugal.
Na semana passada foram as duas sozinhas até Birmingham, e já se zangaram.

Sundays


Chester Zoo


Peak District


MEN Arena


Park Hall Farm

sexta-feira, 20 de março de 2009

Dúvida de informática

Já agora: alguém me sabe explicar por que razao, quando googlo «youtube», surge logo em grande destaque um link para «Vai tomar no cu - original» (com a imagem de um tipo que parece o Robert Smith recauchutado)? Isto é só no meu computador? Nao seria coisa que se pudesse evitar? Dao-se alvíssaras.

Meter conversa

Nao sei bem explicar porque, mas pressinto que já deve faltar pouco para conhecer o Ronaldo, e admito que estou um pouco nervoso com a antevisao desse momento.
Se formos apresentados por um amigo comum, poderei começar a conversa de uma forma clássica. Talvez lhe diga qualquer coisa como: «Sabe que tenho ouvido falar bastante de si?»
Mas se topar com ele de repente, assim à entrada de um restaurante ou à saída de um stand, nao estou certo do que lhe diga. Posso sempre dar pulinhos e gritar: "Portugal, olé! Portugal, olé!», mas nao vai muito com a minha natureza, e gostava que me ocorresse outra coisa.
Apesar de tudo, com mulheres ainda vai sendo mais fácil.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Done?

Nestes útlimos dias, recebi telefonemas de jovens arquitectos de todo o mundo, e da minha mae, a perguntar como é que é possível fazer em tres semanas um projecto que normalmente demora tres meses (a minha mae, no fundo, queria só saber se eu estava a tentar matar-me).
Bom, mas a verdade é que nao é possível. Os dois meses que sobraram vao ser gastos a rever, compatibilizar ou corrigir quase tudo o que foi feito antes, apressadamente. Nao adianta mesmo tentar fazer dele um sprint : um projecto é uma corrida de 10,000m.
Há até quem diga que é uma maratona, embora isso seja exagero, porque a maratona é uma coisa verdadeiramente tramada; aliás, basta ver que o vosso engenheiro, com tanta prática de projectos, ainda só corre meias-maratonas.
Seja como for, o essencial é saber dosear o esforço, de maneira a trabalhar sempre num ritmo elevado, sem nunca quebrar. E nao obstante, tal como os corredores de fundo dao por vezes uns arranques estratégicos, assim também nós em certos momentos ainda temos que acelerar, e fazemos umas noitadas.
Nessas, diga-se de passagem, eu trazia bastante treino de Lisboa, embora tenha sido uma das (poucas) coisas de que nao me gabei na entrevista.
Só que, aqui, está a custar-me muito mais faze-las. Nao as noites em si; nao porque ele esteja mais frio nem porque eu esteja mais velho, mas sobretudo por causa das manhas. É que, no dia seguinte, eles insistem em falar comigo, esperam que eu os oiça e até que lhes responda... em ingles!
Ora eu, com menos de quatro horas de sono, entro num estado de piloto automatico ("morto-vivo", segundo a Ana) que sempre achei razoavelmente proficiente, mas cujo leque de aptidoes (descobri agora) está afinal muito longe de incluir tais capacidades.
Talvez isto diga qualquer coisa sobre o grau de dificuldade da nossa profissao: nao será qualquer uma que se pode desempenhar perfeitamente num estado mental tao deplorável.
Mas talvez tambem o ingles nao seja tao fácil quanto parece... Por alguma razao, nos filmes, os zombies falam muito pouco, e quase nao se percebe nada do que dizem.

terça-feira, 10 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Mau tempo, bom tempo (2)

Hoje de manha estava a chover e eu pensei que iamos ter que caminhar até a escola com os chapeus abertos. Isso seria notícia, porque é uma coisa que nao acontece, salvo erro, desde Novembro. Mas, quando chegou o momento de sair de casa, houve uma aberta e afinal ainda nao foi desta.
Querem saber? Eu acho que a má fama do clima britanico é uma encenacao do governo para o exterior, com o objectivo de controlar a imigracao. 'Bora daí, malta!

do comboio

Lá fora, quando nao é o vermelho do tijolo nem o branco da neve, é tudo verde.
O campo imóvel, ao fundo; junto à janela, as árvores velozes, em sentido contrário.
Mesmo no inverno caduco, os troncos castanhos e pretos estao impregnados de verde.

Mas no meio desses, de vez em quando, aparecem uns outros, altos e esguios, que sao assombrosamente prateados. Assim iluminados pelo sol horizontal da manha, garanto que davam um quadro, ou um poema. Mas, para nao fazer esperar as pessoas, fica o post.

Done

(continuaçao)

No afã com que se dedicam a “pacotear” (chamemos-lhe assim, porque aqui se trata nao de empacotar, mas sim de dividir em pacotes) os projectos dos arquitectos, os PM fazem-me lembrar aquelas crianças que, fascinadas com um brinquedo ou com um mecanismo complexo, o desmontam compulsivamente, reduzindo-o às partes mais elementares, sem se darem conta de que, provavelmente, nunca mais aquilo vai voltar a ser o que era.
De modo que, por estranho que pareça e embora se desvaneça (geralmente logo depois de receber o primeiro mail da manha), os PM às vezes até me suscitam uma espécie de comiseraçao. Na verdade, nao me chateia nada que alguém pegue no meu projecto e o desmanche todo aos bocadinhos: com muito gosto até o ajudo, explico por onde partir para nao quebrar, e garanto que nada fica de fora.
Mas o que eles fazem nao é bem isso. A sua pressa é tanta que, na prática, eles começam a desmontar o projecto ainda antes de nós termos acabado de o montar. E assim, está bom de ver, ninguém se entende. A culpa, já se ve, é novamente do Excel; mas deixem-me explicar melhor.

Escondido algures num dos seus infinitos menus, essa maravilhosa folha de cálculo tem também um calendário, e ferramentas que permitem ao Project Manager fazer uma coisa chamada cronograma. Começa numa longínqua data futura, normalmente a da inauguraçao da obra, e depois vai andando para trás, estabelecendo prazos para cada uma das etapas, que podem ser sequenciais ou decorrer em paralelo, atendendo às interdependencias, etc e tal... Supostamente, esse documento ajudaria a equipa a controlar os timings e a estabelecer as prioridades, mas como se chega sempre a uma tabela toda preenchida a encarnado, indicando já derrapagens irremediáveis, só serve para espalhar o panico entre as hostes (os mais calculistas começam logo aí à procura de um bode expiatório).
O primeiro a perder a cabeça é, normalmente, o próprio PM. Como descobre que já está atrasado para adjudicar o ferro (e, como o mercado é tao volátil, precisa de o pôr todo num unico pacote, e quanto mais cedo melhor), volta-se para o arquitecto e pede-lhe que forneça imediatamente ao engenheiro toda a informaçao necessária para determinar com rigor quantas toneladas, quantos metros lineares de cada perfil, vao ser precisos na obra.
(Às vezes até tenho a sensaçao de que ainda podia fazer um arranha-céus em vez da escola, desde que usasse o mesmo ferro.)
Quando o arquitecto esperneia, argumentando que só conseguirá faze-lo «lá mais para o fim» do Projecto de Execuçao (tres meses, segundo o contrato), o PM contrapoe que ele tem vinte pacotes para preparar, e que com certeza os outros também lhe tomarao algum tempo. Faz um ar sério enquanto finge consultar um gráfico e, uns segundos depois, estende generosamente o prazo para tres semanas.
Mas quem já fez um projecto completo, de uma casota para o cao que seja, sabe que o ferro é mesmo assim: é sempre no fim que se descobre que afinal um certo perfil nao encaixa, que para eliminar um pilar é preciso reforçar uma viga, que faz falta uma cantoneira para suportar qualquer coisa. De modo que ao arquitecto nao resta mesmo outra alternativa, senao tentar fazer o Projecto de Execuçao todo, naquelas tres semanas.
(Foi aliás por causa desse frenesim, e do subsequente cansaço, que este blog teve um começo de ano tao frouxo...)
Enfim. O que lá vai, lá vai. A coisa está feita e, dadas as condiçoes que tivémos, até me parece que nada mal. Naturalmente, terá os seus erros e omissoes. Sei que, mais cedo ou mais tarde, alguém virá culpar o arquitecto, porque é preciso mais disto ou daquilo, e já nao é possível comprá-lo ao preço inicial. Nessa altura, vou fazer um ar artístico e dizer que já sabia, mas só nao o incluí porque achei que ficava mais bonito em aço inox... Ou, se o engenheiro continuar a comportar-se assim, talvez ainda diga que aquilo é para fazer em madeira: sempre gostava de o ver a tentar calcular um barrote de pinho!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Um dia havia de acontecer

Acho que todos os pais, sobretudo os pais das meninas, preferem pensar que nao.
Ou, enfim, que talvez sim, mas muito mais tarde e por favor longe da vista deles.
À Sara já aconteceu: consegue fazer mortais e cair em pé, e portanto suplantou largamente tudo aquilo que eu alguma vez fui capaz (e alguma vez serei capaz) de fazer num ginásio. Agora percebo por que é que o meu pai se dedicou ao xadrez. Como era mesmo que fazia o cavalo?