terça-feira, 26 de outubro de 2010

Este post é tao estúpido, tao estúpido, até parece que eu nao sei que há uma crise do caraças por causa do OE


Having had so little experience of staying in hotels and not being fully familiar with the language, he didn´t quite understand what the waitress asked him, just after he had ordered his breakfast.
- Pardon...?
- Your toasts, sir. Would you like them in brown or white bread?
Demorou uns segundos. Depois lembrou-se que também uma vez num restaurante lhe tinham perguntado como é que preferia o bife, se bem ou mal passado, e de repente a pergunta fez sentido. Tentando nao demorar mais do que se tivesse estado apenas a ponderar, pos um ar decidido e respondeu:
- Medium, please.


(porque nao sabia dizer douradinhas em ingles)

And now for something completely new

De tanto falar em crianças, este blogue está a ficar perigosamente parecido com o cocó na fralda.
Embora os projectos, de certo modo, também sejam nossos filhos, fica aqui isto para desanuviar. Tenho muito orgulho nele, mas é forçoso dizer que o mérito é todo do MM e da PM.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Anatomia de pai

Voltámos ao mesmo. A Ana com a nobre missao de amamentar um bebé, eu com a ridícula incumbencia de o fazer arrotar. De dia, vamos alternando e mantendo a compostura; mas à noite tudo muda: pelas duas começamos a desentender-nos sobre aquilo de que ele precisa e às cinco em ponto estala a discussao sobre afinal quem é que teve a ideia.
(Escusado será dizer como é que acaba. Os meus filhos sao os únicos bebés do mundo que arrotam mais do que mamam; arrotam em seco, os pobrezinhos, para fingir que estao satisfeitos. É muito triste.)
Lembro-me de passar horas com a Sara, andando para trás e para a frente no corredor da casa da Rua Infantaria 16, de pé descalço no chao de corticite, a cantarolar no escuro cantigas inteiras sem conseguir sair da mesma nota. Lembro-me da facilidade com que a carregava, e sobretudo da naturalidade com que ela em mim se encaixava: pernas dobradas no meu braço, rins apoiados pela minha mao livre, barriga para baixo sobre o meu ombro, cabeça ligeiramente arqueada para trás e para o lado, encostada ao meu pescoço. Podia durar a noite toda: quando temos 28 anos, e é o primeiro filho, é um prazer.
Cinco anos depois nasceu a Matilde. Foi com espanto que a vi crescer, ganhar peso aos poucos e assumir exactamente a mesma postura da irma. Como se houvesse uma memória hereditária ou, talvez mais propriamente, uma inescapável complementaridade anatómica entre pais e filhos; entre corpos de peso e tamanho tao diferentes, que a natureza caprichosamente desenhou para que se entrelaçassem dessa forma. Podia durar a noite toda: quando temos 33 anos e o nosso filho sobreviveu, é um prazer.
Agora nasceu o Miguel e (embora aqui seja opcional) a Ana insitiu em traze-lo para casa. Olhando para o tamanho do menino, ve-se logo que a mae está a cumprir o seu papel na perfeiçao. Mas os passeios nocturnos com o pai nao estao a correr assim tao bem. Eu acho que me lembro da posiçao certa e esforço-me por mante-lo lá. Mas ele torce-se, empurra-me e, quando eu me canso, escorrega-se-me pelos braços, até ficar com a cabeça ao nível do meu peito. Descobriu ali na zona abdominal uma ligeira saliencia, onde gosta de se sentar à chines, vejam só!
Enquanto ando à roda na sala, dou por mim a pensar: sao os meninos que sao diferentes das meninas? é só este que é especial? fui eu que perdi o jeito? mas, no fundo, sei que a resposta é outra, e mais cruel: é que a minha anatomia já nao é o que era!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Matemática de problemas


Nao é problemas de matemática.
A matemática dos problemas é assim:

Imaginemos um casal.

Se nao tiver filhos, nao tem problemas.
0 filhos = 0 problemas

Se tiver um filho, tem um problema:
1 filho = 1 problema (filho A)

Se tiver dois filhos, tem tres problemas:
2 filhos = 3 problemas (filho A, filho B, filhos A+B)

Se tiver tres filhos, tem sete problemas:
3 filhos = 7 problemas (filho A, filho B, filho C, filhos A+B, filhos A+C, filhos B+C, filhos A+B+C)

Portanto os problemas aumentam de forma exponencial em funçao do crescimento aritmético dos filhos. Pena é que isso só se torne evidente a partir do terceiro. Ao segundo a coisa ainda passa despercebida.

Vida doméstica

Só para terem uma ideia de como a Ana esteve mal nas semanas a seguir ao parto, fiquem a saber que me confiou a responsabilidade de tratar das refeiçoes da família.
Digo isto assim, só para impressionar aqueles leitores que nao passam da primeira frase. A voces, posso confiar que desde há muito que por aqui os almoços sao apenas sandes ou saladas e que a Ana tinha previamente cozinhado e congelado jantares que davam para um mes. O que ficou realmente à minha responsabilidade foi fazer a sopa.
Mais do que suficiente para eu me divertir. Nas férias do Verao, que passei sozinho com as meninas em Sesimbra, tinha recuperado o treino, e estava com curiosidade de experimentar mais umas coisas. Espantoso como duas pessoas podem ir ao mesmo supermercado com a mesma ideia e voltar com coisas tao diferentes. Só estávamos de acordo na batata, na cenoura e na cebola. De resto, se a Ana trazia espinafres, eu trouxe agrioes; se a Ana trazia alho frances, eu trouxe feijao verde; se a Ana trazia abóbora, eu trouxe nabo. Mas o meu verdadeiro contributo foi ter descoberto o parsnip e o swede.
Claro que, de cada vez que fazia um puré, havia sempre qualquer coisa que me parecia bem juntar, Dentes de alho e coentros passaram despercebidos (vim depois a perceber que a Ana sempre os incluiu). Massinhas e arroz foram rapidamente chumbados pela Matilde (como sopa é a única coisa que come, neste assunto tem poder de veto). Na ansia de surpreender e de agradar, fiz umas pesquisas na internet e comecei a adicionar ervas aromáticas.
E, no fundo, este post que parece tao pateta é para vos prevenir que anda por aí um site, de um engraçadinho qualquer, que diz que o que fica muito bem no puré de legumes é cominhos. Meus amigos, nao fica. Nao fica, e nao fica sobretudo se usado generosamente, como aconselha no frasquinho da Margao. Já lá vao umas semanas, mas ainda me lembro da cara da Ana (que nesses dias ainda sofria tanto coitada e que andava tao preocupada com o que comia por causa do gosto do leite), depois de levar a primeira colher à boca, a levantar devagar os olhos do prato e a perguntar-me: «Deixaste cair uma chouriça preta na sopa?»

sábado, 9 de outubro de 2010

3-1 à Dinamarca?

Cá para mim, este só pensa nos resultados imediatos. Perdeu uma boa oportunidade de integrar novos valores no grupo e colocou em risco a continuidade do trabalho realizado pelo antecessor. Está, obviamente, a descurar a campanha para o Mundial de 2018...