quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Segredos e mistérios

Nao sei se já aconteceu a alguém, como nos filmes de terror, chegar a uma aldeola pequena onde todos sao muito simpáticos consigo, mas ter a sensaçao que toda a gente sabe, e esconde de si, qualquer coisa: um segredo.

Em Nantwich há um segredo. Só que, ao contrário de outras terras, aqui os visitantes sao prevenidos logo à chegada. Por toda a parte existem tabuletas a anunciar o segredo, a indicar o caminho e a distancia que falta para o segredo. Neste fim-de-semana, seguimo-las finalmente e fomos entao descobrir o Secret Bunker.

Tem graça o caminho até lá, por entre quintas e armazens, cavalos, vacas e fardos de palha. Mas o interior foi uma desilusao. Esperava mais pisos subterraneos, mais paredes grossas de betao e portas de aço maciço. Vimos a exposiçao a correr, nao só porque as meninas estavam cheias de fome, mas também porque o cheiro a mofo nao permitia demoras: razao para pensar que talvez fosse preferível a radiaçao ao ar livre.

Segundo percebemos, as instalaçoes albergariam uma equipa do governo e de altas patentes militares que, em caso de catástrofe nuclear, comandaria a resistencia e a reconstruçao desta regiao, a partir daquele buraco. Para tornar a coisa mais interessante, dissemos às meninas que também ali ficaria escondida a família real; mas nao sei se acreditaram que a rainha podia ficar naquele dormitório em regime de cama quente (15 camas para 45 pessoas, dormindo em tres turnos diários), e o estilo da construçao era obviamente demasiado moderno para o príncipe Carlos.

Mais do que um refúgio, aquilo era um centro de comando. Mesmo à pressa, foi suficiente para ficar com uma ideia da importancia crítica da espionagem, da contra-espionagem e de todas as formas de comunicaçao num cenário de guerra. E teve piada o confronto com o repositório das várias tecnologias que atravessaram aquelas décadas: desde o telégrafo, ao telefone, aos radares, aos computadores, ao rádio e à televisao (estúdios da BBC montados, prontos a transmitir notícias ao que sobrasse do país). Claro que, tentando explicar estas coisas às meninas, a gente fica a perceber que nao sabe nada: afinal, quem é que se lembra dos impulsos eléctricos, da frequencia das ondas magnéticas e da cisao atómica?

Foi, por isso, com um certo panico que ouvimos a Sara perguntar atrás de nós: “Como é que funciona isto?” Era uma daquelas centrais telefónicas antigas, em que a operadora marcava os números e fazia as ligaçoes introduzindo os cabos num painel de entradas. Eu expliquei o melhor que pude, mas ela continuava a abanar a cabeça. Quando me conseguiu interromper, perguntou: “Oh pai! O que eu quero saber é como é que se marca um número de telefone, neste disco com estes furos!?”.

8 comentários:

pmarques disse...

quem te manda ir a esses sítios?! como diria o joão tubarão "bem feta!"

arnage disse...

Oh! que saudades que tenho do Joao Tubarao!

rantanplan disse...

Eu noutro dia vi a Catarina Sabrina. Tá muita grande, esticadinha ... e gira. E tem um corte de cabelo diferente (reparou a Inês Maltês)

capacete disse...

Cambada de tias babadas!
Caso nao tenham reparado, o post é sobre a guerra fria e as tecnologias de comunicaçao.

capacete disse...

O James Bond nao vos interessa?
Sempre tinha qualquer coisa a ver...
Quem era mais bonito, o Timothy Dalton ou o Pierce Brosnan?

pmarques disse...

capacete! o roger moore, claro!

rantanplan disse...

O 007 mais sexy de todos os tempos foi o Sean Connery, claro

arnage disse...

nao me fales no Sean Connery que me provoca arrepios!como diria o meu querido sobrinho Afonso (rima, nao rima?!)