quinta-feira, 3 de julho de 2008

Espécie de discurso

Caros amigos,

Como viram ontem, o cansaço, o vinho e por fim o maldito cisco que me entrou para o olho impediram-me de dizer umas palavrinhas que se impunham. Aqui ficam.

Em primeiro lugar, queria agradecer a todos os que estiveram presentes. Eu, que nunca fui especialmente assíduo nos jantares do atelier, sei bem da dificuldade que isso pode representar, sobretudo quando do outro lado há (e felizmente que há) tantos outros compromissos.

Levando sempre estas coisas muito a sério, quis portanto crer que estavam lá por mim, embora naturalmente a chamuça não vos fosse indiferente. E fiquei ainda mais convencido disso no final do jantar, com aquela magnífica colecção de postais, altamente personalizados: um verdadeiro luxo que estimo e guardo com muito carinho.

Este jantar marca também um certo fim de ciclo, e aqui impõe-se um agradecimento muito especial ao Manuel. Quase tudo o que sei de arquitectura devo-o a ele: ou porque mo ensinou directamente, primeiro como seu aluno, depois como seu colaborador e ainda nos últimos anos como seu assistente; ou porque o aprendi eu próprio, em circunstâncias por ele proporcionadas, desde a colaboração com o João Pedro aos projectos e obras do atelier de que me encarregou.

È ainda, obviamente, ao Manuel que todos devemos a existência deste atelier fantástico: para além da arquitectura que fazemos, o espaço e o tempo que partilhamos, trabalhando numa equipa que é quase uma família. Dito assim parece baboseira; quem está (e está para ficar) pode até nem concordar, absorvido no frenesi dos dias que correm... Mas quem está de saída, e já tem saudades, é assim que o sente.

Isto portanto para dizer que o melhor são as pessoas. Claro que o pior também são as pessoas. Já percebi que, ao longo destes quase nove anos, nem sempre fui justo e atento com todos, e é natural que um ou outro de vós ainda guarde recordaçao de episódios menos bons. A minha falta de memória e desatenção naturais põem-me um bocado a leste destas coisas, mas já que cheguei aqui aproveito para pedir desculpa por essas situações.

E pronto, é mais ou menos isto. Aprendi com as memórias descritivas que no fim dos textos calha bem uma citação erudita, e portanto deixo-vos esta:

Foi a melhor festa de despedida que já me fizeram. Se soubesse que gostavam tanto de mim, já me tinha ido embora há mais tempo. (Winnie the Pooh, in the Hundred Acre Wood)


Abraços, beijinhos e até breve.

Valentino

2 comentários:

Anónimo disse...

logo vi que um dicurso oral era demais para ti... sempre escondido atrás do discurso escrito!!! ;)

patrícia

joao disse...

so para começar a treinar....

entao e ja leste todos os postais? e gostaste?

tambem era giro "postares" um mapa para onde é que vais viver. e depois escreveres e postares imagens, para te acompanharmos na aventura! :)

abraço, grande boss! joaocarialopes