(nao é uma história de amor)
Devem ser tres, ou quatro, os meus companheiros diários na viagem de uma hora, de Nantwich para Manchester. Entre eles, há uma rapariga que passa o tempo todo a ler.
Olho para ela com inveja porque, embora também eu ande sempre com um livro na mochila, nao o abro vai para tres meses. A culpa é de um conto infantil, muito simples e curto, que me pus a escrever: já lá vao dois cadernos de linhas manuscritos e cinco revisoes do texto dactilografado (tres míseros A4, com arial 10 a espaço e meio), e ainda nao lhe vejo o fim.
Hoje ficámos lado a lado: ela, refastelada, começando um novo romance de seiscentas páginas; eu, debruçado sobre a mesinha rebatida do assento da frente, reescrevinhando as minhas frases todas. Se o ritmo nao melhora rapidamente, desisto de ser escritor e tento uma carreira de leitor. O pagamento nao pode ser muito diferente, e o rendimento nem se compara!
7 comentários:
Fazes bem. Assim como assim, o Nobel parecia cada vez mais distante.
K6... vieste dar alguma cor a este blog ;). bem vindo!
capacete...pões-te a olhar para as miudas do comboio e depois dizes que a culpa é da margot. ingrato!
Estas a escrever um conto infantil? sobre que? Bjs p todos
eu acho que, por suportar certos comentarios, estou na corrida para o premio nobel... da paz.
Suportar certos comentários dá habitualmente o prémio nobel da ciência... às mulheres
sobre uma gota de água. é daquelas para sensibilizar as pestes...
nada de desistências, não precisas de desitir de ser escritor, porque na verdade um bom escritor é invitavelmente um bom leitor ( e atenção um bom leitor pode não significar um devorador de livros);) por isso estás no bom caminho.
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