quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Um post por encomenda

Assustado com os relatos de amigos, multados em países civilizados por errarem um contentor ou uma data, o lixo e a reciclagem foram das minhas primeiras preocupaçoes, à chegada. Muito se espantou o rapaz da agencia imobiliária que nos alugou a casa com esta minha fixaçao, e talvez eu tenha sido o primeiro cliente que inspeccionou mais depressa a sala do que os caixotes.
Será coisa de família? Nao me parece coincidencia que a Rantanplan me tenha sugerido um post sobre este tema, para comemorar o seu regresso ao ciberespaço! Entao, especialmente para ela mas também para todos os outros curiosos, aqui fica uma descriçao do sistema em vigor nestas terras de Sua Majestade.
As recolhas sao selectivas, e com grandes intervalos de tempo: papel uma vez por mes, produtos recicláveis e lixo organico a cada quinze dias, em semanas alternadas. Esta periodicidade obriga a que cada apartamento tenha tres grandes contentores, para onde transferir as coisas com a frequencia que a salubridade do lar exige.
Na foto podem ver como, à conta de tanto contentor, se perde um valioso lugar de estacionamento nas traseiras do prédio.



O verde é para o papel. Mas só o bom: nao querem listas telefónicas, nenhum tipo de cartao, nem sequer envelopes – presumo que por causa do rectangulo de acetato no lugar do destinatário, ou dos restos de cola nas abas.
O cinzento é para os produtos recicláveis. Aqui sim, aceitam as listas, os cartoes e os envelopes, que vao junto com todas as latas e todos os plásticos, excepto garrafas de óleo, embalagens de margarina e copos de iogurte. Tudo o que lá se poe deve estar limpo e seco, ou entao o contentor fica um nojo; é que também nao podem ir sacos de plástico, e o lema é: «bin it, don’t bag it».
O preto é para todo o lixo organico, e também para tudo o que nao podemos por nos outros mas também nao nos apetece propriamente guardar como bibelot. Aqui, ao contrário, tudo deve ir bem acondicionado e toda a gente usa sacos próprios, com atilhos e costuras resistentes.
Há ainda uns castanhos, mas que sao só para as moradias, porque se destinam aos resíduos da jardinagem. E isto completa o panorama, no que respeita aos contentores municipais, que os particulares tem obrigaçao de manter em bom estado, deixar na rua e recolher nos dias marcados.
Agora, os habitués perguntam: «E o vidro?». Também demorei um pouco a descobrir, mas para isso é preciso ir ao vidrao. Pois é, os tres contentores de 240 litros à porta de casa dao uma ajuda, mas nao é suposto substituirem os bons dos Ecopontos! Se isso acontecesse, o que faríamos com os texteis (excepto edredons), os sapatos (desde que emparelhados, em bom estado e com atacadores) e o papel de alumínio? Nao podia ser...
Agora, os experts perguntam: «E as pilhas?». Isso também eu queria saber! Um destes dias dei a volta à terra toda, decidido a desfazer-me responsavelmente de um par delas, que levava no bolso... Mas acabei por deitá-las num cesto de lixo comum, desses que há no meio da rua. Antes disso, contudo, envolvi-as bem num lenço de papel: nao para proteger o meio ambiente, mas para me proteger a mim, das indiscretas camaras de vigilancia que aqui espalharam por toda a parte!

2 comentários:

Anónimo disse...

tudo separadinho como deve ser! lindo menino! mas posso garantir que certamente nao é coisa de familia! uma vez vim da praça de espanha até à rua dos soeiros atras de uma camioneta de recolha de papel e parecia um carnaval em em que os confetis era a papelada que a malta , com o sacrificio que a selecção de lixo implica, cuidadosamente separa! Essa imagem da estrada da luz alcatroada de papel e cartao ainda hoje me persegue e faz-me pensar muito seriamente quando esporadicamente me dirijo ao ecoponto( isso e o facto de pensar que sou mais um empregado da valor sul, claro). Aí de certeza que as camionetas sao fechadinhas... pormenores.....

abraço grande a todos

capacete disse...

aqui realmente é tudo feito com uma limpeza cirúrgica. gramava muito dentista ter a bandeja assim tao limpa! :)
beijinhos aos dois