quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
da medicina privada - I
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
A ferro e fogo
Custa-me muito ver edifícios assim tratados. Mais ou menos modernos, de melhor ou pior traço, nao importa; nos dias que correm, só por estarem quietos e calados, os edifícios mereciam outro respeito. E depois estes ataques sao especialmente cobardes porque, embora pareçam espontaneos e até descontrolados, na verdade sao dirigidos de forma cirúrgica aos pontos fracos do edício. Estes valentes encapuzados arrancam o tecto falso, queimam o balcao e partem os vidros. Por alguma razao, nao se atiram ao cabo de alta-tensao nem se metem com os pilares de betao que suportam a laje acima das suas cabeças.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Quem nao tem cao
Digo isto sem saber se encontrarao; eu enquanto aí estava nunca encontrei, mas a verdade é que também nao procurei; e no entanto em qualquer lado se deve vender, porque me lembro perfeitamente deste sabor quando éramos pequenos e surripiávamos os aperitivos dos adultos nas festas em casa do Álvaro e da Candida; a nao ser que eles ou os amigos os contrabandeassem; mas se nao houver no hipermercado provavelmente encontra-se nalgum canto do Martim Moniz; agora, se lá forem, levem os Bilhetes de Identidade, nao vá ser dia de rusga e voces terem dificuldades em explicarem-se, com o picante a chegar aos ouvidos, os olhos a lacrimejar e a boca cheia de Bombay Mix.
Fora de brincadeiras e sem exageros, isto é o melhor aperitivo do mundo. Por acaso este ano já fechámos e expedimos as encomendas; mas no próximo Natal já sabem o que vos espera.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Much ado about nothing
Primeiro disseram que a Rússia tinha comprado os votos.
Agora lembraram-se de questionar a decisao da FIFA de atribuir a organizaçao do mundial de 2022 ao Qatar, porque diz que lá a homossexualidade é crime. Aparentemente, o Blatter aconselhou os adeptos homossexuais a refrearem os seus impulsos quando visitassem o país.
Gerou-se aqui um rebuliço que nao imaginam. Eu nao sei por que. Na minha opiniao, os homossexuais deviam refrear os seus impulsos em qualquer lado. Aliás, na verdade, nao é só os homossexuais: o que eu realmente acho é que toda a gente devia refrear os seus impulsos em qualquer lado.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
O Miguel
Dizem que à terceira é de vez, mas ainda nao foi desta que tudo correu como planeado. Primeiro porque vimos escoar-se Agosto inteiro, dia após dia, sem que sua excelencia desse sinais de querer vir cá para fora. Chamem-nos avarentos, mas tínhamos feito uns cálculos para que nascesse antes de Setembro: é que os nascidos a partir de dia 1 já esperam mais um ano para entrar na escola primária, e aqui nao há cá creches de IPSS que nos valham. Segundo porque, com aquilo entre as pernas, estava mais que visto que nao íamos poder chamar-lhe Maria, nem vestir-lhe nenhuma das roupas que tínhamos guardado durante vários anos ou angariado à última da hora.
Afinal, o feijao era um menino e tinha decidido ser o mais velho da turma!
Tres meses passados, é por demais evidente que o rapaz está cheio de ideias próprias, e bem fixas. Sobretudo quanto à mae, em particular quanto às maminhas. Ok, ninguém vai discutir isso: aqui em casa já todos passaram por essa fase. As maninhas também parecem exercer sobre ele grande fascínio: saúda ambas com enormes sorrisos, segue-lhes a voz aguda e os cabelos compridos com toda a atençao. Infelizmente, esse encanto nao parece estender-se ao senhor que lhe aparece em casa, calado e cansado, quando já é hora de ir para a cama.
Fita-me sempre com o mesmo ar sério, durante quanto tempo for preciso; nao chora, mas também nao ri: deixa-se estar calado, a observar-me. Juro que isto, com a banda sonora certa, era de arrepiar. O que pensa? Que planos tem para nós? Será que ainda vamos jogar à bola, partilhar os livros, ouvir Keith Jarret e embasbacar os dois na Tate em frente ao Rothko? Ou será que, na primeira oportunidade, vai sufocar-me com uma almofada para ficar com as meninas (e com o whisky de malte, que já percebeu que está escondido atrás do blended) só para si? Nao sei. Ele, provavelmente, já decidiu; mas nao tem pressa de me dizer.
O Miguel? O Miguel é uma incógnita da Natureza.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
Loucura
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
A Matilde
terça-feira, 23 de novembro de 2010
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
A Sara
terça-feira, 16 de novembro de 2010
O filho da Rose
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Magnificos dias assim
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Língua Materna
domingo, 7 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Este post é tao estúpido, tao estúpido, até parece que eu nao sei que há uma crise do caraças por causa do OE
And now for something completely new
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Anatomia de pai
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Matemática de problemas
Vida doméstica
sábado, 9 de outubro de 2010
3-1 à Dinamarca?
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Pai e filho
Aos 14 anos: Parece que o Pai se engana em certa coisas que me diz...
Aos 20 anos: O Pai está um pouco atrasado em suas teorias: não são desta época...
Aos 25 anos: O "velho" não sabe nada... Está ultrapassado, decididamente.
Aos 35 anos: Com a minha experiência, meu Pai nesta idade seria um milionário...
Aos 45 anos: Não sei se consulte o “velho”, talvez me pudesse aconselhar...
Aos 55 anos: Que pena o Pai ter morrido; a verdade é que ele tinha ideias notáveis.
Aos 60 anos: Pobre Pai! Era sábio... Como lastimo tê-lo compreendido tão tarde...
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Nao há duas sem tres
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Podem descruzar
sábado, 21 de agosto de 2010
Ainda há cavalheiros
Coisas destas fazem ressuscitar um blog.
De Piccadilly Gardens para a estaçao de comboios de Manchester Piccadilly sao cinco minutos a pé. É uma rua ligeiramente inclinada, com um passeio larguíssimo: talvez uns oito metros.
Ora, às sextas-feiras pelas 17:30, (voces podem imaginar) esse passeio enche-se com uma multidao compacta que caminha em sentido único, passo esticado para apanhar o comboio. Se estiver a chover, entao, a pressa duplica e quase ninguém tira os olhos do chao.
Causa por isso alguma estranheza ver ao longe um negro caribenho, alto e magro, com roupas largas coloridas e uma carapinha saltitante, a correr aos ziguezagues, no sentido oposto a toda a gente. Ao aproximar-se, percebo finalmente que persegue um balao amarelo, trazido pelo vento. Cruzo-me com ele, sem tempo a perder, mas com um sentimento de solidariedade: «É isto ser pai».
Uns passos mais à frente, vejo a mae parada, a segurar um carrinho, com o menino de tres anos pela mao: ela sorri, ele já enxuga as lágrimas. Antes de passar por eles, ainda sou ultrapassado pelo herói, e vejo-o a entregar-lhes o balao, com uma vénia. E, para meu espanto, vejo que logo de seguida se separam: mae e filho entram numa loja; ele retoma o seu caminho, em direcçao à estaçao, como toda a gente. Afinal nao era o pai, era um cavalheiro.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
terça-feira, 8 de junho de 2010
Notícias do jardim
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Faltam 8 dias
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Slow
Eu, que no dia 25 de Dezembro de 1984 pela hora do almoço já tinha gasto as pilhas do meu novo walkman a tocar e a rebobinar isto constantemente, estaria a mentir se dissesse agora que nunca gostei de slows. Mas disfarçava bem: só fraquejava se sozinho, no quarto, ou se bem acompanhado, no recato das discotecas que naquele tempo faziam matinées.
Enfim, coisas que já lá vao. Em passando a adolescencia, a malta acelera sempre. A vida é para viver, e nao há livro do MK nem filme do JT que nos convençam a faze-lo devagar, em vez de depressa. Se bem me lembro (nao lembro nada, mas invento), foi até por esta altura que duas novidades vieram precipitar a minha vida num ritmo frenético.
O drive through do McDonald’s na 2ª circular permitia-me jantar fora em quinze minutos; o microondas, que a mae comprou quando finalmente se convenceu que nao era cancerígeno, permitia-me faze-lo em apenas tres! Nao é portanto de estranhar que, na vertigem dos acontecimentos fugazes, o fizesse quase sempre várias vezes ao dia, e que o meu relógio biológico se tenha transformado num metrónemo implacável.
Mas, nos ultimos tempos, as coisas entre mim e a fast food já nao eram o que tinham sido. E tudo piorou agora muito recentemente, quando comprámos a slow-cooker. Já ouviram falar? Na realidade, nao é propriamente uma coisa nova – apareceu nos EUA, na década de 70 - mas deste lado do Atlantico nao teve grande divulgaçao, até hoje.
Uma slow-cooker é uma panela especial, feita de um sucedaneo do barro com grande inércia térmica, que se monta em cima de uma resistencia eléctrica, e onde se cozinha lentamente, a muito baixas temperaturas. É como nas Furnas: os ingredientes sao todos colocados ao mesmo tempo, quase nao se junta água e nunca se destapa; cozinha horas a fio, mas é praticamente impossível ficar desfeito ou queimar, vai apenas sempre apurando, até à hora de ir para a mesa.
O resultado é fabuloso, posso confirmar. Os sabores libertam-se, distribuem-se e impregnam-se nos alimentos. Nao vou armar em chef, mas é o ideal para guisados, estufados, caldeiradas, cataplanas e afins. Tanto à carne como ao peixe, o segredo parece ser juntar bastante acompanhamento, daquele que “ensopa”: batata, cenoura, abóbora, massa, arroz, etc... O vinho branco é imprescindível, e vamos agora começar a explorar as ervas aromáticas.
Claro que estreámos a slow-cooker num domingo. Por volta do meio-dia, eu fui tratar do almoço e a Ana começou a fazer o jantar. Nessa tarde nao saímos de casa. Em boa verdade, nessa tarde quase nao saímos da cozinha: andámos sempre de roda da panela, a ler e reler as instruçoes, a verificar os botoes, a apalpar de lado para ter a certeza que aquecia, que se mantinha quente ou que nao aquecia demais, a abrir uma frincha da tampa: pequena para observar o interior, mas suficiente para ir sentindo o aroma.
O jantar do dia seguinte foi preparado ainda nessa noite, depois de eu ter submetido a panela ao derradeiro teste do esfregao e do escorredouro (nao suporto peças que guardam água nos rebordos interiores quando sao postas a escoar). Sendo 2ª feira um dia de trabalho, a slow-cooker trabalhou o dia todo: entre a minha saída de casa e a chegada da Ana, passaram cerca de 10 horas. Ao serao, o jantar estava delicioso: parecia feito pela minha avó - elogio supremo, mas nunca verbalizado, devido a uma certa irascibilidade da cozinheira.
Terá portanto sido na 2ª feira pela noitinha que, depois de deitar as meninas, eu me sentei refastelado no sofá da sala e, só à laia de curiosidade, me pus a somar kilowatts. Ora vao sete, noves fora nada, isto vezes 600 minutos... Ups!!
Por esse preço mais valia encomendar do Tavares todas as noites.
Para evitar tentaçoes, escondi a panela na garagem e andei a semana toda a pensar numa forma de reduzir o tempo de confecçao para umas razoáveis, e mais do que suficientes, 5 horas diárias. Depois da Ana se ter mostrado indisponível, e da directora da escola ter recusado dispensar a Sara uns minutos ao princípio da tarde, para virem num instantinho a casa ligar o aparelho, percebi que estava por minha conta.
Foi entao que, inteiramente na minha cabeça e sem ajuda de ninguém, eu cheguei à conclusao de que nao deveria ser muito difícil instalar ali uma espécie de relógio, que ligasse e desligasse a panela sozinho, a horas pré-determinadas. Reparem que eu nao estou a falar de domótica, nem de tecnologia de ponta, era só uma geringonça daquelas simples, que estao sempre a fazer tic-tac e fazem trim às vezes.
Sendo todavia incapaz de a conceber eu próprio, estava já disposto a explicar a situaçao ao meu sogro, a escutar as suas instruçoes e, depois de finalmente me assumir de todo incapaz, a pedir-lhe que me fizesse um e a pagar-lhe os portes para que mo enviasse. No cúmulo da excitaçao, cheguei mesmo a pensar oferecer-lhe uma percentagem do dinheiro que ia ganhar quando patenteasse e comercializasse o meu genial produto! Uma autentica revoluçao: o acessório imprescindível da slow-cooker, pelo qual todas as mulheres americanas ansiaram por mais de tres décadas!
Felizmente, restava-me um pouquinho de senso. E, antes de fazer figura de estúpido perante o mundo inteiro e o meu sogro, resolvi ir ali a uma loja de material eléctrico que fica no centro da vila. Do outro lado do balcao, uma senhora dos seus cinquenta anos ouviu pacientemente as minhas atabalhoadas dúvidas e explicaçoes, e depois respondeu. «Entao o que voce quer é um socket timer!?». Seja.
Foi buscá-lo ao expositor, e passou-mo para a mao: duas libras e trinta. Nao sao tao caros como eu estava à espera, mas de certeza que se vendem milhoes, e estao a fazer a fortuna de algum espertalhaço, algures na Índia ou na China. Já eu, acho que terei de esperar por outra oportunidade: desta vez estive perto, mas parece que fui um bocadinho too slow.
Aqueles que duvidam
terça-feira, 25 de maio de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Dúvida (para já apenas) Teórica
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Mais análise política (da boa)
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Para uma reflexão cristã

Lagoa Azul
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Nantwich em alerta

segunda-feira, 19 de abril de 2010
Visita de estudo
Olha-me só para este
quinta-feira, 8 de abril de 2010
A forma do tempo

A malha
É assim no Reino Unido

O Gordon Brown marcou a data das eleiçoes legislativas. O facto foi amplamente reportado em Portugal, empenhando-se cada um dos nossos jornais de referencia em traduzir o melhor possível a notícia da Reuters. A pensar nos meus amigos, que gostam sempre de estar bem informados para animar as tardes na fila do Centro de Emprego ou na sala de espera das Urgencias Hospitalares, aqui fica a minha inside view desta história.
A eleiçoes vao decorrer num clima de descrença geral. O partido trabalhista está desgastado por tres legislaturas consecutivas, por uma guerra evitável e aparentemente interminável, pela crise económica persistente e pelo desemprego crescente. Também nao os ajuda o facto do actual Primeiro Ministro ter herdado o poder sem disputar eleiçoes, e parecer o Professor Astromar, mas sem pescoço.
David Cameron, o líder do partido conservador, vinha beneficiando desta insatisfaçao e estava quase a vencer os anticorpos gerados em todos os estratos sociais pela dupla Margaret Thatcher – John Major. Mas umas intervençoes recentes mais desastradas deixaram à vista de todos o fosso que o separa do país real. E, se a mulher Samantha engravidou mesmo a tempo da campanha, por outro lado soube-se que o amigo Lord Ashcroft, milionário, principal financiador do partido e seu representante na Camara dos Lordes, afinal tem domicílio fiscal fora do país; a cada ano que passa, nao permanece no Reino Unido nem mais um dia do que o período máximo admitido, para poder manter esse estatuto.
Da economia já ninguém percebe nada. Enquanto o Governo combatia a recessao como podia, financiando bancos e empresas à beira da ruptura e baixando o IVA para incentivar o consumo, a oposiçao apregoava o seu programa de cortes drásticos na despesa pública, como sendo a única forma de, no médio e longo prazo, restabelecer a economia e o valor da libra. Ora, isto pareceu ter tanta receptividade junto da opiniao pública, que os trabalhistas já anunciaram que vao cortar ainda mais do que os conservadores, mas noutras áreas. Além disso, mantém algumas ideias de esquerda, como o aumento da contribuiçao para a Segurança Social por parte das empresas, apesar da direita avisar que isso será a sentença de morte do frágil tecido empresarial.
O que realmente fez manchete de jornais durante todo o ano passado foi o escandalo das falcatruas de uma dúzia de MP (Members of Parliament), de ambos os partidos, que terao recebido indevidamente alguns subsídios, reclamando o reembolso de despesas de representaçao discutíveis. Mas os valores sao irrisórios: umas poucas dezenas de milhares de libras, em muitos casos distribuídos ao longo de quatro ou cinco anos. Isso é o que nós em Portugal pagamos ao presidente da EDP, à semana, como prémio de produtividade quando a empresa ultrapassa objectivos já de si ambiciosos. Mas este povo é mesmo picuínhas com o dinheiro, e parece que os senhores até já devolveram as quantias recebidas.
Entretanto, as sondagens que se vao fazendo sao cada vez menos conclusivas. Os conservadores, que há seis meses pareciam destinados a formar governo, estao agora abaixo dos 40%; e os trabalhistas começam a surgir um pouco acima dos 30%. Num cenário como a falta de uma maioria, começa a ganhar preponderancia o Partido Liberal Democrata (aposto que nem sabiam que havia aqui um terceiro partido, mas vale 20%), que poderia viabilizar um governo de coligaçao. O Gordon Brown já começou a acenar-lhes com propostas tentadoras, entre as quais uma reforma do sistema eleitoral de círculos uninominais (o tal que visto daí parece ser só vantagens), que desde há muito favorece a bipolarizaçao e prejudica os pequenos partidos.
Tudo isto talvez esteja, no entanto, à beira de ser esclarecido. É que o Reino Unido se prepara para assistir, pela primeira vez na sua história, ao debate televisivo entre os líderes dos principais partidos. «Pela primeira vez na sua história?!», perguntam voces, tal como eu perguntei, incrédulo, aqui a um amigo meu. «É que em Portugal isso é o que há de mais comum, e praticamente a única coisa que interessa na campanha eleitoral! Cada televisao organiza o seu debate, e a vitória só é atribuída à melhor de tres!», acrescentei.
«Sabes», explicou-me ele paternalisticamente, «é que as eleiçoes sao legislativas. Na realidade, estamos a escolher programas políticos, elegendo os nossos representantes num orgao colectivo de soberania, que é o parlamento. Daí emerge um governo, que terá, por força das circunstancias, um primeiro-ministro. Mas nao estamos a votar nessa pessoa. Aqui, desconfiamos muito dos sistemas do tipo presidencialista, e por isso sempre evitámos personalizar demasiado essa questao; mas enfim, talvez seja interessante, vamos ver como corre...»
Vamos. Embora pela amostra eu já esteja convencido que, se por acaso nessa noite houver jogo de críquete entre o Bangladesh e as West Indies, pouca gente vá ouvir o debate.
terça-feira, 6 de abril de 2010
da Missa (só para aficionados)
sexta-feira, 26 de março de 2010
Harmonia conjugal
quinta-feira, 25 de março de 2010
do Táxi
terça-feira, 23 de março de 2010
Sondagem
